quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Quem somos


Nos dias 01 e 02 de outubro de 2005, aconteceu, em Belo Horizonte (MG), a Fase I do Congresso convocado pelo CONARC (Conselho Nacional de Reorganização Comunista), fórum composto, em grande parte, por marxistas até então filiados ao PT e já convencidos de que as possibilidades revolucionárias de sua antiga relação partidário-institucional se esgotara. Tal evento deu origem a uma nova organização, a RC (Refundação Comunista).

Integraram-se aos preparativos desse órgão máximo, fazendo parte dos debates e elegendo delegados, nove estruturas estaduais. Em outras unidades da Federação, a participação de camaradas, mesmo tendo sido — na ausência das condições orgânicas exigidas pelas normas — insuficiente para garantir mais representações, contribuiu para divulgar os resultados e abrir contatos para a construção futura. Nos dias 17, 18 e 19 de março de 2006, uma semana antes do II Encontro de Unidade dos Comunistas, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), os mesmos delegados realizaram a Fase II do já então I Congresso da RC.

A criação da RC é o resultado da longa, dura e rica trajetória que — há cerca 25 anos, com altos e baixos, êxitos e derrotas — vem cumprindo uma das vertentes surgidas com a fragmentação do movimento comunista brasileiro a partir da década de 60. Sob as condições complexas dos anos oitenta e como fruto de um grande esforço de unidade, a constituição do PRC (Partido Revolucionário Comunista) agregou e reorganizou antigos militantes formados no combate ao regime militar — oriundos da então “Esquerda do PC do B” —, círculos de intelectuais marxistas e jovens de várias outras procedências, inclusive do Movimento de Emancipação do Proletariado, da Ação Popular, das lutas estudantis e do movimento sindical combativo.

Posteriormente, reagindo à liquidação do PRC pela onda irracionalista, liberal e antileninista que — estimulada pela crise do movimento comunista, as ilusões na sociedade política burguesa regenerada pela transição conservadora, a ofensiva global do capital financeiro e o fim da URSS — predominou em seu III Congresso, os revolucionários decidiram enfatizar a luta teórico-ideológica legal e pública. Ponto alto de sua atividade foi o Ato em Defesa do Marxismo na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em SP, que reuniu mais de 1000 pessoas e contou com a honrosa participação de Florestan Fernandes. A seguir, resolveram criar uma tendência interna ao PT, sob o nome de TM. Nessa condição, participaram, ativamente, dos principais debates políticos, desenvolveram intenso trabalho prático e cresceram entre a militância de esquerda.

Por fim, diante do transformismo social que assolou o PT e que — após as eleições presidenciais de 2002 — levou seus principais dirigentes, parlamentares e governantes, com o aval ou a indiferença da maioria dos filiados, ao transfúgio e ao social-liberalismo explícito, vários militantes, coletivos de base e coordenações
estaduais da TM, amparados estatutariamente e inconformados com o oportunismo que se cristalizara nessa corrente, convocaram o Congresso do CONARC e tomaram as únicas medidas compatíveis com seus princípios, os interesses do proletariado e o novo período que se abria para os combates do povo brasileiro.

A RC reafirma, assim, no momento mesmo em que surgiu, sua origem histórica e “sua identidade com a vertente ideológica cujo fio vermelho vem da Liga de 1847-52, passa pela Comuna de Paris, anima os momentos avançados da Segunda Internacional, regenera-se na Revolução de Outubro, instala-se no Brasil em 1922, joga um papel importante no movimento operário brasileiro durante décadas e se depara, hoje, com um desafio imenso.”

O saldo político desse processo de disputa, debate, elaboração e reconstrução fica amplamente ilustrado pelos textos aprovados no I Congresso da RC. O presente blog reúne as decisões de suas duas sessões. Contém, ainda, as principais posições tomadas pelo Comitê Nacional e pela Comissão Política Nacional, exceto algumas que, dado seu caráter estritamente interno e técnico, suscitariam pouco interesse na maioria dos leitores.

O presente esforço editorial tem o propósito de garantir que a militância e os amigos da RC tenham pleno acesso às resoluções oficiais coletivamente construídas, podendo lançar mão de um poderoso instrumento teórico e político para exercer sua atividade revolucionária consciente, criativa, unificada e produtiva.
Ademais, visa a incentivar o intercâmbio e o diálogo entre os indivíduos e forças de esquerda, na perspectiva de contribuir para a disputa contra-hegemônica e o reforço do movimento operário-popular. Por fim, partindo da premissa de que as idéias possuem uma existência social, pretende devolver ao domínio de todos uma das expressões da luta de classes do trabalho contra o capital rumo ao socialismo e pela emancipação humano-universal.


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